A praia artificial enche, mas os restaurantes da marina da Calheta não têm a clientela que seria expectável ter... Quem mandou apostar no turista «pé-descalço»?Quando se recorda a campanha contra os surfistas, chamados turistas de pé-descalço ou pata-rapada - para construir umas "coisinhas" pela costa sem resistência - é irónico, segundo consta, que os restaurantes e bares da marina da Calheta se queixem, presentemente, de pouca clientela.
Isto apesar da praia artificial de areia amarela, mesmo ao lado, estar preenchida por um mar de gente. Muita gente, mas é «turismo pé-descalço», de massas. Aquele que supostamente não interessaria à Madeira... por deixar pouco dinheiro.
Não vai aos restaurantes como esses "pelintras" dos surfistas, para manter o termo de comparação. É chegar cedo para não pagar estacionamento na Vila da Calheta, levar o farnel de casa ou ir ao supermercado Pingo Doce, ali perto. Já basta pagar o guarda-sol e a espreguiçadeira.
Embora o aluguer daquele material de praia se situe nos 2,50 Euros, fazem-se já sentir críticas por ser caro.
E a praia artificial está hierarquizada, cultivando-se a separação de classes (entre pobres e ricos) bem vincada na sociedade madeirense. Diz quem a frequenta que a zona a Oeste é preenchida por classes mais populares e a zona a Este, junto ao hotel, cais e marina, da classe média para cima. Há o mar a separar as duas praias.
A realidade fará repensar certo de tipo de palavras:
«Não é como os que aqui vêm, para jogar golfe que se hospedam em Hotéis de luxo, alugam carros topo de gama, e pagam bem para comer nos melhores restaurantes da Região»; é «utópico» «dizer que o turismo do surf é importante para a Madeira. É uma tremenda mentira. Não tem qualquer interesse nem em quantidade nem em qualidade.»
(Gilberto Teixeira, articulista do Jornal da Madeira e ex-Conselheiro ou Assessor Técnico da Secretaria Regional de Turismo).
Surf promovido na montra de Turismo da Madeira
Save The Waves faz estudo sobre o mercado turístico do surf (bilingual)
Foto copyright
Enquanto o povo tiver tempo para ir à praia já é bom pois suspeito que algum desse tempo será no futuro "roubado" ao lazer em proveito de part-times para conseguir pagar o aumento do custo de vida!
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