Os madeirenses que têm de viajar em época alta ou que não podem, por razões da sua vida (não são turistas...), marcar com muita antecedência, estão a financiar viagens mais baratas para os outros residentes. Pior do que isso: estão a financiar viagens mais baratas para os turistas...
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«[C]uidado! Preços competitivos para quem reserva com muita antecedência. Por isso, nós [madeirenses] não temos a situação salvaguardada.»
«A própria EasyJet, que é uma low cost - as pessoas às vezes penam que são mais baratas, [mas] não são - tem é uma política de marketing muito mais agressiva. Em termos de preços médios, são iguais ou mais caras [do que as companhias regulares].
[Por exemplo, a EasyJet] ainda não tem abertos os voos da Páscoa. Porquê? Porque está a deixar para a última da hora, [por ser] uma época alta e quer[er] vender a preços extremamente elevados.»
Estas são palavras de João Welsh, delegado na Madeira da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (saberá do que está a falar), ontem na RTP-Madeira, que devem servir de aviso à navegação. As low cost não são instituições de caridade...
Na realidade, alguns madeirenses estão a pagar viagens mais baratas porque há outros madeirenses a pagar viagens muito mais caras, a 400 e a 500 euros. Os que têm de viajar em época alta ou que não podem, por razões da sua vida (não são turistas), marcar com muita antecedência, estão a financiar viagens mais baratas para os outros residentes. Pior do que isso: estão a financiar viagens mais baratas para os turistas...
Em média, as viagens para os residentes poderão não estar mais baratas - só mesmo com um estudo estatítico, conhecendo-se os preços das viagens pagas pelos residentes, se poderia tirar um conclusão definitiva.
Que justiça é essa e de que me serve saber que que o meu vizinho ou um turista viajou por 50 euros, se eu paguei 400 ou 500 euros?
De que estão os madeirenses à espera para exigir responsabilidades a quem, em sede de negociação, tinha a obrigação e não acautelou o interesse dos madeirenses? Gente anestesiada: sofre e cala.
Recorde-se:
Liberalização aérea 12: não acautelados os interesses dos madeirenses
Liberalização aérea 11: obrigações do serviço público passaram à história
Liberalização aérea 10: interesses do turismo secundarizam interesses dos madeirenses II
Liberalização aérea 9: interesses dos madeirenses não acautelados
Liberalização aérea 8: interesses do turismo têm secundarizado interesses dos madeirenses
Liberalização aérea 7: histórico para o turismo
Liberalização aérea 6: voos da EasyJet a partir de 241,99 euros
Liberalização aérea 5: insistência nas médias...
Liberalização aérea 4: Governo Regional considera viagens baratas
Liberalização aérea 3: autonomia, "revolução pacífica e liberalização «espúria»
Liberalização aérea 2: turismo colocado à frente dos interesses dos madeirenses
Liberalização aérea 1: só o tempo o dirá
Bem, se eu fosse viajar para lisboa ida e volta na altura do natal e passagem de ano, com viagens compradas 2 meses antes, pagaria qualquer coisa como cerca de 100€ a viagem. Mais caro que a TAP? Não, pois na TAP pagaria cerca de 150€ sendo que poderia transportar alguma bagagem a mais. Ora se a TAP pode praticar estes preços sem a muleta do governo regional, qual a razão de, com a muleta, cobrar mais antes da liberalização? Bolas, o João está metido no negócio e não vê isso? Xiça. Ou o João Welsh não vê mesmo a coisa, ou está a mentir ou é do PS. Em qualquer parte do mundo as low costs foram uma mais valia, menos na Madeira? Estou enganado ou o Nélio pronunciou-se a favor da vinda de hotéis low coast para a Madeira? Se estou enganado peço desculpa, se não estou o Nélio não está a ser consistente nos argumentos.
ResponderEliminarViva.
ResponderEliminarEssa do «ou está a mentir ou é do PS» tem piada. Parece um gajo do PSD Madeira a falar.
Então pensa que eu sou contra a vinda de mais companhias aéreas? Quando se critica alguns aspectos da liberalização não significa que estamos contra ela. É apenas, por exemplo, para os utilizadores ressabiados da TAP não pensarem que as low cost são o céu na terra e que a transportadora aérea é o inferno, que tem todos os defeitos do mundo. Eu também tenho queixas da TAP, mas nunca tive de pagar 400 ou 500 euros por uma viagem para Lisboa ou Porto.
Já viajei na EasyJet antes da liberalização e o voo atrasou-se duas horas. E tenciono continuar na EasyJet se tiver preços mais baratos.
Abraço :)
Realmente a minha experiência diz-me que a TAP no serviço da Madeira é horrorosa. E, sim, as low coasts revolucionaram o mercado das viagens aereas por onde quer que se tenham instalado, o que numa europa cada vez mais europa e num mundo cada vez mais mundo, faz todo o sentido. Dou-lhe um exemplo muito pequeno: na minha terra no continente conheço gente que com as low coasts passaram a acompanhar em directo campeonatos de futebol espanhois e ingleses. Porquê? porque podem viajar a preços baixos para ver a bola e tornaram-se adeptos do Manchester ou do Barcelona. Não sei do futuro das low coasts nem na madeira nem na mongólia, mas elas tem sido uma mais valia em todo o lado. Não sei como é que o Nélio pagou 400 ou 500€ para viajar. Eu viajo na TAP por menos de disso e sem low coasts para o Porto ou sem contratos milionários com o governo regional. Mas já antes, mesmo com os acordos milionários, cheguei a pagar um pouco mais, pelo que não sei em que medida é que os acordos acautelavam os interesses dos madeirenses e o Nélio também não explicou ou melhor, não convenceu.Além do mais, se o governo regional fizesse um acordo com a easy jet talvez ficássemos todos melhor servidos.
ResponderEliminarFinalmente, eu não sou do PSD. Sou da federação anarquista inébrica e não voto ;-)
Já agora,
ResponderEliminaracabei de fazer uma pesquisa no Terminal A para uma viagem ida e volta Funchal Lisboa Funchal na altura da passagem de ano e , com o subsídio, na easy jet custava-me 224€. Era exactamente isto que se pagava antes. Curiosamente se o percurso for o contrário Lisboa-Fx-Lx, paga-.se na mesma os 224€ sem subsídio. É caro? Claro que sim. Estupidamente caro. É pior do que so com a TAP? Em quê?