A Esquina do Mundo já tinha escalpelizado (o artigo de) Gilberto Teixeira, "Um filme é pouco" (JM 17.09.2006), a respeito da estreia do Lost Jewel of the Atlantic. Confesso que não dei importância ao escrito face ao nível de brutalidades proferidas. Gilberto Teixeira (auto)submeteu-se a um poderoso Raio X porque fica tudo exposto e a nu. Desceu muito baixo, numa recusa obstinada em reconhecer a realidade e a evidência. De modo ofensivo e agressivo. É bom para conhecer uma certa Madeira endémica, arregimentada, e certos males atávicos que nos fustigam nesta ilha. A sua frase «nunca vi coisa mais ridícula, sabuja e incoerente» dirá tudo.
O articulista já se apercebeu que Lost Jewel of the Atlantic é uma celebração (da beleza exótica e autêntica) da Madeira? Que é a favor e defende a Madeira, inclusive o sector do Turismo? Será que fala sem ter visto o filme?
O cerne do "argumentário" de Gilberto Teixeira reside na segurança da população do Jardim do Mar. Ora, uma promenade mais estreita, como defenderam os "estranjas" (bonita forma de um conselheiro do Turismo se referir aos estrangeiros...) e locais (não os chamou de indígenas, vá lá...), teria garantido essa segurança, que foi muito empolada, para justificar o tamanho desmesurado da construção e esconder os verdadeiros interesses e fins.
Diz que os «surfistas (...) não traz[em] nenhuma mais valia ao Turismo da Madeira». Veja-se as contradições (e credibilidade das ideias) de Gilberto Teixeira, desnudadas em posts anteriores do Olho de Fogo:
- Interessa? Não interessa? Decida-se I
- Gilberto Teixeira atira-se aos autores das «monstruosidades»
- Interessa? Não interessa? Decidam-se II
- Interessa? Não interessa? Os privados já decidiram III
- Save the Waves toca em ferida já aberta: a "política do betão"
- Surf faz parte do Plano de Desenvolvimento 2007-2013 da Madeira
Hoje, no "Ponto de Ordem" do Diário de Notícias da Madeira, Óscar Branco aborda o assunto. Algumas passagens:
«Antes de mais é preciso ter abertura de espírito para lidar e saber conviver com outras culturas, algo impossível para muitos escribas e "Velhos do Restelo" que abundam nesta terra e que continuam a defender um tipo de turismo que não passa da prova da banana, do vinho, da poncha e pouco mais.»
«Será que sabem quanto gastavam os surfistas "pés rapados" que vinham da Nova Zelândia, do Japão, do Hawai para cá surfar? Com certeza que não. Tal como o Executivo regional, estou de acordo e anseio que se melhorem as condições de vida dos madeirenses. Agora não se faça isso a qualquer custo, nem tão-pouco se dê voz a alguns escribas do regime, que mais não fazem que tentar agradar a quem de direito para defender o seu tacho.»
muito bem, gostei
ResponderEliminarTudo de bom
Debora