antero.wordpress.com
Já aqui tínhamos chamado a atenção para o investimento do Ministério da Educação em inspectores e no burocrático e dispendioso sistema de avaliação de professores. Para isso não falta dinheiro. Demos ainda conta nessa mensagem (mas também aqui) do desinvestimento nos profissionais da pedagogia e nas suas condições de trabalho nas escolas. Para isso não há dinheiro, dizem.
No post anterior deu-se conta, a propósito de artigo de António Barreto, do domínio da burocracia no Ministério da Educação. Para isso há recursos. Há alguns dias demos conta que o insucesso dos professores é o sucesso do sistema e do mesmo Ministério da Educação. Vale a pensa recordar a diferença entre eficiência economicista e eficiência educativa.
O cartoon que aqui se replica caricatura a teia burocrática, para a qual há sempre dinheiro para investir e muitos funcionários (boys) para se ocuparem em inutilidades. Um "des-serviço" ao país. Será que se sentem felizes e úteis?
Contudo, o Governo está antes preocupado em cortar salário e maneatar a carreira de quem serve o futuro do país, como os professores, numa profissão com enorme desgaste mental e emocional, debaixo de críticas constantes, sem um pingo de reconhecimento e sem as necessárias condições de trabalho. Será que se sentem felizes?
Exigem-se missões impossíveis sem as compensações ou condições possíveis. Só não são possíveis as condições de trabalho porque o Governo e a sociedade portuguesa, na prática, não considera prioritário o investimento na Educação. E depois enchem a boca de falsa valorização da Escola...
A sociedade portuguesa, em que se inclui a Madeirense, nunca valorizou o saber e o trabalho intelectual (insucesso escolar e a falta de qualificações vem de longe). Por isso também temos os resultados escolares que temos e somos pobres, ao contrário de outras sociedades que valorizam e investem na Educação há séculos.
Mas não. Ninguém vê (não querem ver...) isso. Ninguém assume o atraso e o contexto socio-cultural adverso à cultura e ao conhecimento. É mais cómodo pensar que é tudo uma questão de "pôr os professores na ordem", retirar-lhes condições de trabalho e de carreira, intensificar-lhes o horário de tabalho e pagar-lhes menos.
Sem comentários:
Enviar um comentário